Noticia - Equipamentos tecnológicos agora identificam sentimentos dos usuários
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Noticia - Equipamentos tecnológicos agora identificam sentimentos dos usuários
“Hoje, o sistema de diálogo das máquinas é muito restrito. Você é levado a responder ‘sim’ ou ‘não’ e direcionado para algumas opções”, acredita David Griol, professor do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Carlos III de Madri (UC3M). Ele desenvolveu o sistema com pesquisadores da Universidade de Granada. “O que queremos é que as pessoas consigam falar cada vez mais naturalmente com as máquinas, que essas sejam capazes de se antecipar às nossas ações e que, em vez de compreender uma palavra ou outra, possam decifrar frases inteiras, assim como nossas emoções”, explica. O software espanhol, que poderia ser aplicado de dispositivos móveis, como celulares, a computadores pessoais e caixas eletrônicos, capta os sinais de áudio do emissor, conseguindo detectar 60 parâmetros acústicos, como velocidade e tom da voz. A partir daí, dialoga com o usuário, mudando o rumo da conversa de acordo com os humores do interlocutor. “Existem diversas pesquisas mostrando que as pessoas se sentem mais satisfeitas quando são compreendidas pelas máquinas”, justifica Griol. O sistema que o pesquisador desenvolveu é capaz, por exemplo, de notar que o usuário está com raiva de ter de responder novamente a um comando que a máquina não entendeu e tentar abordá-lo de outra maneira. O pesquisador explica que, em uma conversa entre humanos, quem fala adapta o conteúdo e a forma do diálogo ao contexto e às reações do interlocutor. “Portanto, o interesse em desenvolver sistemas como o nosso é manter a conversação tão natural e rica como ocorre entre duas pessoas de carne e osso.” Para o professor, a aplicação principal do sistema seria para dispositivos comerciais. Nada impediria, entretanto, que o usuário lançasse mão do software para conversar com seus próprios gadgets. “Se alguém está ao volante ou caminhando pelo parque e quer dar um comando para o mouse, por exemplo, ele seria útil. Também vejo aplicações no caso de pessoas que têm alguma deficiência física ou problema motor”, conta Griol. No Canadá Medo,alegria, raiva, tristeza, surpresa e desgosto são seis características que um sistema criado por pesquisadores canadenses já consegue reconhecer em humanos. Para eles, além do tom de voz, é necessário analisar o visual do interlocutor. “A informática centrada no ser humano precisa compreender homens e mulheres, incluindo seus rostos, emoções e gestos, da mesma forma que o jeito de falar e seus movimentos. Sistemas de reconhecimento de emoções ajudam o computador a captar o estado afetivo do usuário, respondendo em função dessa percepção”, comenta Ling Guan, da Universidade de Ryerson, em Toronto. O aplicativo, desenvolvido em caráter experimental por Guan e Yongjin Wang, da Universidade de Toronto, teria implicações em diversos campos: comercial, jogos de computador, sistemas de segurança e softwares educativos. Segundo Guan, os cientistas combinaram dados visuais e de áudio para o sistema conseguir reconhecer seis estados básicos emocionais. “Como se baseia nos parâmetros faciais e de voz, ele é universal. Nos nossos testes, houve mais de 80% de acertos, independentemente da cultura ou do idioma do interlocutor”, diz. Ele explica que uma das dificuldades para desenvolver softwares como esse é que a representação emocional dos humanos é muito diversa. “Alguns traços vocais e faciais podem desempenhar um papel importante na hora de caracterizar certas emoções, e não ter tanta importância em relação a outras. Enquanto a alegria se detecta mais facilmente usando certos traços, como um sorriso, a raiva é identificada pelo tom de voz”, diz o pesquisador. David Griol, professor do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Carlos III de Madri, concorda que um sistema capaz de reconhecer emoções baseado na voz e na expressão facialpode ter mais eficácia. “Nosso próximo passo é integrar os conhecimentos obtidos no nosso estudo com dados de pesquisadores ingleses, que trabalham em cima de um programa capaz de dizer o estado emocional a partir do rosto do usuário”, explica. Sem fronteira De acordo com um estudo publicado no jornal da American Psychological Association, não são necessárias palavras para entender as emoções. A pesquisa comparou falantes das línguas alemão e maia, completamente diferentes, mas, quando os voluntários viam imagens e descreviam o sentimento despertado por elas, usaram os mesmos vocábulos para expressá-lo — cada um, no seu idioma. Fonte: Correioweb |
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